terça-feira, 3 de novembro de 2009

Frustração


Vivemos hoje numa sociedade onde o prazer e a satisfação são pregados a qualquer custo. Fugimos de sentimentos verdadeiros e buscamos cada vez mais a superficialidade e a negação dos sentimentos mais profundos.

Duro dizer, porém a frustração é uma realidade no percurso de todo ser humano.

Muitas pessoas tentam negar e perverter a frustração durante anos, até que em algum momento da vida, numa situação irremediável e inegociável elas terão que encará-la de frente.

O fato é que não somos criados, nem preparados para lidarmos com a frustração, contudo ela acaba sendo um fator desencadeante de inúmeras emoções.

Frente a uma frustração o indivíduo poderá apresentar as mais diversas reações, desde: ansiedade, raiva, sentimentos camuflados, angústia, bloqueio emocional, desânimo, até mesmo depressão.

Todos nós sofremos frustrações na vida, mas o problema vem quando as frustrações perpetuam sem que haja reparo.

As reações, ou melhor o modo como cada um reage frente a elas estão diretamente ligadas ao modo como esse ser humanos vivenciou sua história.

Pessoas que tiveram um ambiente favorável e acolhedor, aonde as frustrações da infância eram remediadas com afeto e carinho, irão encará-las como um desafio para suas novas conquistas na vida.

Já aqueles onde a dinâmica da casa era disfuncional, e os limites não eram estabelecidos de forma clara e direta, e nem tão pouco suas frustrações remediadas, esses indivíduos irão apresentar uma dificuldade maior em aceitá-las como algo bom ou positivo.

Assim se sentirão despreparados para encarar situações que envolvam a possibilidade de frustrações futuras se acovardando muitas vezes para vida e passam a apresentar apatia e depressão. Nestes casos a frustração se transforma em “medo de viver”, alguns dão um nome bonito para isso “Síndrome do Pânico”. ( Prometo falar deste assunto num próximo artigo).

Quando o indivíduo está mais conectado com ele mesmo, conhecendo suas qualidades e suas limitações, ele passará por adversidades sempre tirando proveito e enxergando um crescimento rumo ao amadurecimento.

Para lidarmos melhor com as frustrações do dia a dia, precisamos aceitar o fato de que o mundo não é um conto de fadas e que temos nossas limitações, dessa forma passamos a ser mais tolerantes com o meio e com nós mesmos. Sendo assim a frustração se torna parte da vida. Um obstáculo que poderá ser vivenciado e superado.

E apesar de mundo não ser um conto de fadas, podemos aprender a valorizar o que temos e degustas melhor nossas vitórias e conquistas, sem necessariamente, buscar aquilo que nos é irreal.

“Ser capaz de tolerar o que podemos encontrar em nossa realidade interior é uma das grandes dificuldades humanas, e um dos importantes objetivos humanos consiste em estabelecer relações harmoniosas entre as realidades pessoais internas e externas” (W.Winnicott)


Até a próxima...

3 comentários:

  1. bem feito, realizado e conceituado este blog, gostei da proposta, Cinthya. Seguirei vc aqui, serei novo seguidor, espero que curta o meu e siga, abraço e volto!

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  2. A Síndrome do Pânico, a grosso modo, pode ser algo como "acovardar-se para a vida, medo e depressão", mas a constituição da síndrome é tão complexa que não pode ser subjugada a "um bonito nome para o medo de viver". Ademais, o artigo é pertinente.
    Abraços!

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  3. Olá
    Quando falei sobre "medo de viver", de jeito algum quis ser simplista, muito menos tentar minimizar todas as questões que uma sindrome como essa acarreta num ser humano. Me perdoem se não me fiz clara, só acredito que apartir de uma frase assim, o indivíduo deixa de se ver como um rótulo e pode passar a reconhecer sua história, e principalmente se permitir a questionar de onde vem esse "medo de viver", e isso de forma alguma é uma tarefa fácil. Um abraço com carinho
    Cinthya Roberta

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